Um compromisso pela vida: Educação Ambiental - por Berenice Gehlen Adams

Texto da Coluna para o Portal EducomVida

Um compromisso pela vida: Educação Ambiental - por Berenice Gehlen Adams - 27/02/2009 15:23

Eu aprendo, tu aprendes, nós aprendemos e mudamos o mundo. É assim, aprendendo cada vez mais, que nós, humanos, mudamos o ambiente em que vivemos.Transformamos pedra, madeira, areia, em objetos; plantas e animais em alimentos, graças ao fogo e aos processos tecnológicos; e é assim que transformamos o mato em terra árida, os rios em esgotos, o céu azul em cinza, e seguimos modificando o mundo. Alguns cientistas equiparam essa transformação aos efeitos devastadores de meteoritos que atingiram a Terra, antigamente.

Os avanços tecnológicos se apresentam num ritmo inacreditável e podemos não saber o que se passa na esquina do nosso quarteirão, mas sabemos o que ocorre do outro lado do mundo, instantaneamente - principalmente se o fato for catastrófico e interessar a mídia sensacionalista.

Vivemos, pois, diante do contraditório, onde o que parecia certo, está errado; o que parecia bom, faz mal à saúde do Planeta, e temos que ter um enorme jogo de cintura para conseguirmos equilibrar tanta contradição dentro das nossas cabeças. Hoje não é mais possível uma pessoa saber de tudo um pouco. No máximo sabemos um pouco de quase nada, mas uma aprendizagem torna-se fundamental, a aprendizagem do sentido da vida. Com tanta informação, tantos avanços e tantas opções que temos na vida, ela acaba perdendo o sentido. A depressão tem lugar garantido na vida da maior parte da população mundial e não escolhe idade, nem sexo e nem condição social. E diante de tantas atrocidades nos sentimos indefesos, e impotentes, às vezes.

É neste espaço de contradições que precisamos abrir a janela e avistar o horizonte que a utopia de um mundo melhor nos apresenta, e a esta utopia devemos nos apegar com unhas e dentes, para que não sejamos imobilizados pela sensação de pequenez.

Diante destas questões, destaco a importância da Educação Ambiental para todos: em casa, no trabalho, na escola, na faculdade, nas associações, pois ela abre novos horizontes, objetivando e oportunizando mudanças de atitudes nas pessoas. A Educação Ambiental melhora-nos em todos os sentidos, nos tornando mais fraternos, não somente com o meio ambiente, mas com a gente também.

A Educação Ambiental deu seus primeiros passos, aqui no Brasil, principalmente a partir da Eco 92, com a elaboração da Agenda 21, da Carta da Terra, e do Tratado de Educação Ambiental para Sociedade Sustentável e Responsabilidade Global, estes últimos elaborados no Fórum Global das ONGs, evento paralelo à Eco 92. Estes documentos são verdadeiros marcos para a Educação Ambiental. Em 1999 nasce o Programa Nacional de Educação Ambiental (PNEA) no Ministério do Meio Ambiente, ao mesmo tempo em que é votada a Lei Nº 9795/99, que legitima a Educação Ambiental no País. As primeiras ações governamentais foram estimular a criação de Agendas 21 Escolares, realizar conferências nacionais e regionais de Educação Ambiental e lançar o Curso Básico de Educação Ambiental, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), do qual fui aluna. Com a mudança de governo houve algumas alterações: alguns projetos foram engavetados, como o "Protetores da Vida", e outros nasceram, como o "Coletivos Educadores para Territórios Sustentáveis".

Na área empresarial é possível perceber alguns avanços da Educação Ambiental, todos decorrentes de questões ligadas à imagem das empresas, ou a pagamentos de multas por problemas ambientais provocados por elas, porém, estas atividades carecem de aprimoramento, conforme aponta o livro Educação Ambiental Empresarial no Brasil, organizado pelo Dr. Alexandre Gusmão Pedrini da UFRJ e editado pela RiMa, em 2008, do qual faço parte com um capítulo destacando a importância dos aspectos pedagógicos nas atividades de EA nas empresas.

A Educação Ambiental, portanto, configura-se como uma dimensão nova do ensino, que está em permanente construção, porém, a sociedade, como um todo, ainda não conseguiu assimilar essa real dimensão. O professor Genebaldo Freire Dias indica que a Educação Ambiental formal (em escolas, tanto públicas quanto privadas) pouco avançou, ao longo dos últimos 15 anos. Ele percebe que muitos professores ainda enfrentam dificuldades para ter acesso à formação ambiental e aos recursos instrucionais especializados. É preciso assumir e assimilar essa dimensão maior da Educação Ambiental, inserindo-a no planejamento dos gestores. Para que ela possa ser uma prática de ensino plena é preciso mais união, mais ação e maior comprometimento com as questões ambientais.

Há, portanto, algo imprescindível a ser feito por cada cidadão: assumir o compromisso de cuidar do planeta. Somente este comprometimento poderá promover a mudança que queremos e que precisamos, pois, segundo Martin Luther King, "todos os homens estão presos numa teia inescapável de mutualidade; entrelaçados num único tecido do destino. O que quer que afete a um diretamente, afeta a todos indiretamente. Não posso nunca ser o que deveria ser até que você seja o que deveria ser e você não pode nunca ser o que deveria ser até que eu seja o que devo ser".Fonte: http://www.blogger.com/

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