Educação Ambiental para crianças = integração com a vida

Educação Ambiental para crianças = integração com a vida

Bere Adams



Quando falamos em Educação Ambiental (EA), logo nos remetemos a uma educação voltada para a busca de soluções, que promova na sociedade uma tomada de consciência sobre os problemas ambientais, oriundos da nossa forma de viver. Temos uma tendência muito grande a focar a EA para resolução de danos, ou nos efeitos negativos que provocamos no ambiente, uma vez que essa prática educacional surgiu, justamente, pela falta de consciência dos nossos impactos nocivos, ao longo do processo civilizatório.



Há tanta incoerência em nosso sistema social, refletida diretamente no sistema ambiental, que não há como disfarçar ou “enfeitar”, com toques mágicos, a nossa dura realidade para as crianças. Estas situações são abstratas, para elas, e mais as confundem do que as educam.

Minha preocupação, quanto a este enfoque de uma EA preservacionista e conservadora – que muitas vezes é até catastrófico -, é a de que nossas crianças sejam educadas a partir de problemas ambientais dos quais elas não têm a menor responsabilidade, e podemos provocar situações de angústia, confusão, e até de medo. Por isso, a EA deve abranger muito mais do que problemas ambientais.



“Ao longo do tempo, o processo ambiental educativo foi alterando suas feições de protetor da natureza para as de seu uso sustentável [...], da inclusão de outras dimensões como a social e ética, indicando, assim, novos rumos a serem seguidos e novas barreiras a serem transpostas” (Coleciona V. 2, MMA, Zaira Guimarães, 2008).



A EA, portanto, deve buscar integrar as crianças ao ambiente como um todo (natural, construído, social, familiar, cultural) promovendo a percepção de que a vida acontece de forma sistêmica a partir de muitas interrelacões, e que cada ação interfere nesse amplo sistema.



O processo educativo da educação ambiental vivencial considera os indivíduos de forma integral, incluindo e priorizando o aprendizado através do corpo, dos sentidos e da percepção mais sutil de si mesmos, dos outros, do mundo, da natureza, e dos processos vitais que dão origem e sustentam a vida, cuidando para que as informações científicas não se interponham na interação de aprendizagem e mascarem ou inibam os processos de natureza mais delicada. (Coleciona V. 2, MMA, Zaira Guimarães, 2008).



Atividades de experimentação: observação (como a vida acontece), comparação (semelhanças e diferenças), criatividade (atividades com diferentes técnicas artísticas), visitação (saídas de campo), vivência (dinâmicas de grupos e brincadeiras em espaços naturais), etc, são atividades que inserem as crianças ao contexto ambiental de forma que estas se sintam parte dele, e dentro desse processo, aos poucos, os problemas ambientais são trabalhados, assimilados, e as aprendizagens tornam-se mais significativas.

Temos que, fundamentalmente, respeitar o mundo encantado da criança, que já é tão privada de infância... Não se trata de enfeitar os problemas, ou educá-las para o "felizes para sempre", pois esta é a outra ponta do problema. Extremismos não educam - deseducam. Que sejamos moderados e que o mundo infantil possa continuar encantado, para que ela possa vislumbrar com esperança um mundo real melhor!



Publicado em 18/05/2010

Comentários

Unknown disse…
Olá, gostaríamos de enviar informação sobre o site Meu Planeta Minha Casa (http://www.meuplanetaminhacasa.com.br), criado para falar de reciclagem e meio ambiente para crianças de até 13 anos. Qual seu email de contato?
Obrigada
Elisa
meuplanetaminhacasa@gmail.com

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