Educação Ambiental requer mudanças no sistema de ensino

Educação Ambiental requer mudanças no sistema de ensino

Berenice Gehlen Adams


Meu interesse pela Educação Ambiental vem desde 1992, ano em que parei de lecionar para me dedicar à família e a outra atividade profissional. Uma profunda reflexão acerca da educação e do meio ambiente, primeiro como mãe, segundo como cidadã e terceiro como educadora, levou-me a este interesse. Quanto mais buscava e pesquisava, mais abrangente tornava-se o assunto. Foi então que percebi o porquê de a Educação Ambiental ser um tema tão envolvente e interdisciplinar.


Passados praticamente 20 anos, os atuais sistemas educacionais ainda demonstram ineficiências, porque muitas crianças: continuam aprendendo a ser competitivas e consumidoras em potencial; têm medo de errar; memorizam conteúdos ao invés de assimilar e compreender; perdem o interesse pela escola; realizam atividades escolares sem motivação, etc. Isto acontece pela maneira como a escola está secularmente estruturada: para “cobrar” conhecimentos, para “cobrar” disciplina, para “cobrar” aprendizagem. Isto não quer dizer que não seja importante avaliar, nem que não se devam trabalhar conteúdos, mas sim, que a forma como estamos fazendo a educação não envolve nossos discentes em seus próprios processos de aprendizagem.


“Se pretendemos que a escola forme indivíduos com capacidade de pensar por si mesmos, de encontrar sentido no mundo em que vivem, de desenvolver sua capacidade de intervenção na realidade global e complexa, temos de adequar a educação para esses fins, e isso só é possível mediante uma mudança tão radical quanto difícil” (DIAZ, 2000, p.82).


É preciso que tenhamos um novo olhar sobre o ato de educar e somente o alcançaremos após repensar e rever nossa ação educativa. A partir daí poderemos aprofundar nosso olhar educacional em direção ao ambiente elaborando uma proposta de ensino que trabalhe com redes conceituais interconectadas, que proporcionem o despertar de uma visão globalizante, nos educandos.


“Entre os vários aspectos negativos da atual educação ministrada no Brasil, ressalta o fato de ela não desenvolver no estudante os esquemas mentais que estabelecem a relação dialética das diferentes áreas de estudos entre si e também destas com a realidade social em que vivemos. O estudo da ecologia, enquanto 'ciência pura', de quase nada adianta se não relacionada com os demais campos da ciência, porque ela não leva necessariamente a uma visão globalizante, dinâmica e sistêmica das coisas, isto é, a uma visão 'eco-política'” (SCHINKE, 1986, p.153).


A escola, portanto, deve preparar-se para mudanças em seu sistema de ensino para desenvolver novas práticas educacionais que interajam com a vida dos educandos e suas relações, promovendo atividades significativas que os sensibilizem e os reconectem com a vida, além de promover apenas o desenvolvimento de suas aptidões cognitivas.


Fonte: Informativo Apoema 96 - Projeto Apoema Educação Ambiental

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